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Uso de antipsicóticos em crianças e adolescentes tem aumentado nos últimos anos, de acordo com artigo do Archives of General Psychiatry

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Embora o tratamento com antipsicóticos tenha aumentado recentemente, pouco se sabe sobre como este aumento afetou o atendimento, em consultório, de crianças e adultos jovens nos Estados Unidos. Para comparar as tendências e os padrões de tratamento antipsicótico de adultos e crianças, atendidos em consultório, foi realizada uma pesquisa publicada pelo periódicoArchives of General Psychiatry.

Entre 1993 e 2009, as tendências de consultas com prescrição para crianças (0-13 anos), adolescentes (14-20 anos) e adultos (≥ 21 anos) foram descritas em termos populacionais e como uma proporção do total de visitas a consultórios. Antecedentes e características clínicas de consultas mais recentes com prescrição de antipsicóticos (2005-2009) foram comparadas por idade dos pacientes.

O estudo teve a participação de pacientes do National Ambulatory Medical Care Surveys, de 1993 a 2009, n = 484.889. Entre 1993-1998 e 2005-2009, as visitas com uma prescrição de medicamentos antipsicóticos por 100 pessoas aumentou 0,24-1,83 para as crianças; 0,78-3,76 para adolescentes e 3,25-6,18 para adultos. A proporção do total de visitas, que incluiu uma prescrição de antipsicóticos, aumentou durante este período de 0,16% para 1,07% para os jovens e de 0,88% para 1,73% para os adultos. De 2005 a 2009, o transtorno disruptivo de comportamento foi o diagnóstico mais comum em crianças e adolescentes que receberam prescrição de antipsicóticos, respondendo por 63,0% e 33,7%, respectivamente; enquanto a depressão (21,2%) e o transtorno bipolar(20,2%) foram os dois diagnósticos mais comuns em adultos que receberam prescrição de antipsicóticos. Os psiquiatras foram os maiores prescritores de antipsicóticos para crianças (67,7%) e adolescentes (71,6%), do que para os adultos (50,3%) (P <0,001). De 2005 a 2009, os antipsicóticos foram incluídos em 28,8% das consultas de adultos e 31,1% das consultas de jovens a psiquiatras.

Em termos de população, os adultos fazem consideravelmente mais consultas que resultam na prescrição de antipsicóticos do que o fazem adolescentes ou crianças. No entanto, o tratamento com antipsicóticos aumentou de forma particularmente rápida entre os jovens e recentemente os antipsicóticos foram prescritos aproximadamente na mesma proporção para jovens e adultos em consultas a psiquiatras.

Fonte: Archives of General Psychiatry, publicação online, de agosto de 2012

 

Autor

Dra Thaysa Gazotto Neves

Dra Thaysa Gazotto Neves

Psiquiatra

Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental em Dependência Química no(a) UNIFESP.