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Uso de ginkgo biloba para prevenção de Alzheimer não reduz risco da doença, em ensaio randomizado divulgado pelo The Lancet

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As estratégias de prevenção são necessárias para enfrentar o crescimento de casos da doença de Alzheimer. Com o objetivo de avaliar a eficácia em longo prazo do uso de extrato de ginkgo biloba para a redução da incidência da doença de Alzheimer, foi realizado um estudo randomizado, divulgado pelo periódico The Lancet.

Foi feito um estudo clínico com grupos paralelos, duplo-cego, controlado por placebo erandomizado envolvendo adultos de 70 anos ou mais que espontaneamente relataram queixas de memória para seus médicos de cuidados primários na França. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um dos grupos recebeu 120 mg de extrato de ginkgo biloba (EGb761) duas vezes ao dia, e o outro grupo recebeu placebo. Os participantes foram acompanhados por médicos de cuidados primários e por especialistas em centros de memória. O desfecho primário foi a conversão para a provável doença de Alzheimer nos participantes.

Os 2.854 participantes, dos quais 1.406 receberam extrato de ginkgo biloba e 1.414 receberam placebo, foram acompanhados por 5 anos. Sessenta e um participantes do grupo do ginkgo tinham sido diagnosticados com provável doença de Alzheimer, em comparação com 73 participantes no grupo do placebo, mas o risco não foi proporcional ao longo do tempo. A incidência de eventos adversos foi o mesmo entre os grupos. Setenta e seis participantes do grupo do ginkgo morreram, em comparação com 82 participantes no grupo placebo. Sessenta e cinco participantes do grupo de ginkgo tiveram um acidente vascular cerebral, em comparação com 60 participantes no grupo do placebo. A incidência de outros eventos hemorrágicos ou cardiovasculares também não diferiu entre os grupos.

Concluiu-se que o uso em longo prazo de extrato de ginkgo biloba, nos pacientes estudados, não reduziu o risco de progressão para a doença de Alzheimer, em comparação com o placebo.

Fonte: The Lancet Neurology, volume 11, de outubro de 2012

NEWS.MED.BR, 2012. Uso de ginkgo biloba para prevenção de Alzheimer não reduz risco da doença, em ensaio randomizado divulgado pelo The Lance

Autor

Dra Thaysa Gazotto Neves

Dra Thaysa Gazotto Neves

Psiquiatra

Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental em Dependência Química no(a) UNIFESP.